sexta-feira, 31 de outubro de 2014

1º Festival de Harmónicas na Charneca de Caparica

1º Festival de Harmónicas na Charneca de Caparica (2)
Mais algumas fotos do evento realizado a 26 Outubro 2014

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Marchas de Lisboa

Marchas de Lisboa - 1988
Em 1988, Hermenegildo Mendes foi convidado para escrever duas ou três marchas, que a cantora Alexandra Cruz iria gravar, sendo na altura solicitada a colaboração do Quinteto Harmonia para a base musical. Assim se fez, aceite o desafio, e escritas as letras e as músicas para as referidas marchas, foi a vez do maestro Siegfried Sugg proceder aos arranjos musicais, e... ir para estúdio. Das três marchas escritas então pelo autor destas linhas, uma acabaria por ganhar o concurso para a Grande Marcha de Lisboa desse ano.

musi
 
 
 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Manos Alexandres

Manos Alexandres - Portugal (7)
Os pioneiros da harmónica em Portugal Anos 1930's-1960's

Século Ilustrado 25 Setembro 1965

 



UM MUSEU DE COMUNIDADE 

Memórias do Ti’Alex na Associação  Recreativa e Cultural da Praia da Assenta

Joaquim Moedas Duarte (Publicado na página PATRIMÓNIOS, semanário BADALADAS, Torres Vedras, 27 Agosto 2021)

Tenho nas mãos o Diploma que atesta que Alexandre Afonso completou, em 5h. 41m. e 18s, a 1ª Maratona de Torres Vedras, no dia 12 de Outubro de 1980. Espanto-me com a marca: é mais do dobro que um atleta mediano demora a percorrer os 42,195 km da Maratona. A explicação está numa nota manuscrita, no reverso do Diploma: «O atleta mais idoso que percorreu a Maratona no nosso país. Alexandre Afonso um jovem recordista português aos 68 anos. Mais do que um Diploma, o presente certificado é um hino de louvor à eterna juventude de espírito». Assina, pela Organização, António Fortunato – torriense que é hoje, quarenta e um anos depois, o atleta veterano mais medalhado de Portugal.  


Este Diploma é ums muitos documentos que fazem parte do espólio doado por Alexandre Afonso – que todos conheciam por Ti‘Alex – à Associação Recreativa e Cultural da Praia da Assenta, povoação da freguesia de S. Pedro da Cadeira. Acto de doação que foi uma forma de reconhecimento pela comunidade que o acolheu no crepúsculo da sua vida e onde, pela primeira vez, já com 65 anos, participou numa corrida de atletismo entre Cambelas e Assenta. Do espólio fazem parte vários dossiês que Ti’Alex foi organizando ao longo da vida para guardar os programas das provas, as fotos e os recortes de jornais que lhe faziam referência. E também dezenas de medalhas, troféus, placas distintivas, recordações. Imagens do legítimo orgulho de um homem que pintou a vida com as cores da alegria e da convivialidade, até ao dia 21 de Junho de 1989, quando a morte o levou à derradeira meta.

Durante algumas horas compulsei este espólio magnífico, levado pela curiosidade e pelo fascínio. É que eu ainda me lembrava de ter visto o Ti’Alex numa das Maratonas de Torres Vedras, meados dos anos 80, no seu passo cadenciado, ar prazenteiro, já muito atrasado – era quase sempre o último a chegar –feliz por competir e nunca desistir, de tal modo que os organizadores das provas não permitiam que se fechassem as classificações finais sem que ele chegasse. “Ninguém se vai embora, falta chegar o Ti’Alex!”. E ele chegava, num cansaço controlado que lhe permitia ainda fazer o seu número final: puxava de uma pequena “gaita de beiços” que trazia no bolso e tocava duas ou três modinhas populares, por entre risos e festejos de quem se encantava com este campeão da vida.

Os dossiês que referi acima não dizem respeito apenas ao atletismo – até porque este chegou tardiamente à vida de Alexandre Afonso – eles documentam a outra faceta notabilíssima deste homem, a de músico. E a culpa foi do pai que lhe ofereceu, como prémio do exame da 4ª classe, uma pequena harmónica bocal que o rapazito logo aprendeu a tocar com grande perícia.

 A ORQUESTRA ALDRABÓFONA

Em meados dos anos 30, em Lisboa, cerca de vinte rapazes divertidos, um tanto extravagantes e executantes musicais de instrumentos diversos, constituiu-se como agrupamento musical com o nome de Orquestra Aldrabófona. Iam para o palco e durante hora e meia, divertiam-se e divertiam o público com peças musicais, piadas, anedotas, gagues e o mais que a inventiva criava em cada momento. Durante esses anos e até meados dos anos 40 tiveram sucessos estrondosos, actuando em Lisboa e por todo o país. Não aceitavam honorários, divertiam-se e contribuíam, não raro, para festas de beneficência. Alexandre Afonso fez parte deste grupo, com a sua harmónica bocal. Destacava-se pelo virtuosismo da execução e pela boa disposição permanente. Mais tarde, quando a orquestra se dissolveu, associou-se com outro aldrabófono – Fernando Pires dos Santos –, também “gaitista” de mérito, e constituíram o grupo Manos Alexandres. A fraternidade não era de sangue mas de cumplicidade no gosto pela música. Durante vinte e cinco anos actuaram em centenas de espectáculos, desde os mais singelos nas colectividades lisboetas até aos Serões para Trabalhadores, da Emissora Nacional. E não ficaram por aqui: lançaram-se numa carreira internacional e chegaram a ganhar um Campeonato do Mundo de Harmónicas Bocais, na Suiça. O grupo terminou em apoteose numa Festa de Homenagem no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, corria o ano de 1960.

MUSEUS DE COMUNIDADE

 De tudo o que atrás se escreveu dá conta o espólio do Ti’ Alex, à guarda da Associação  Recreativa e Cultural da Praia da Assenta. Dona Maria dos Anjos Ruivo foi quem nos guiou na visita, zeladora daquelas memórias mas receosa dos novos tempos que afastam a juventude destas preocupações patrimoniais. Que será deste manancial quando ela já não puder visitá-lo? Quando os admiradores do Ti’Alex se despedirem da vida e já ninguém sentir o apelo da preservação da memória? Também a nós, Associação do Património, chega esta preocupação, que não se restringe ao que se passa na Assenta mas em outros locais do nosso concelho, onde o amor pela salvaguarda de testemunhos do passado levou à criação de pequenos “museus de comunidade”. Eles subsistem enquanto os seus criadores estão vivos mas correm risco de se perderem quando desaparecerem aqueles. Não é fenómeno exclusivo de Torres Vedras. Por todo o país, desde há muitos anos, têm surgido estes pequenos museus que funcionam como lugares de memória onde as populações locais se revêm e encontram laços de identificação comunitária. Não por acaso a Universidade de Aveiro publicou em 2019 um livro intitulado “Museus de Comunidade: Manual de Apoio à Gestão”, de Luís Mota Figueira e Dina Ramos, dois investigadores que têm estudado este assunto. É uma reflexão teórica e um manancial de indicações práticas que procura responder às preocupações dos guardadores de memórias. Sendo certo que nas sedes de muitos concelhos já existem Museus Municipais – como o nosso Museu Leonel Trindade – parece-me que o seu papel não se deve limitar às existências próprias mas pode alargar-se a outras expressões museológicas do espaço concelhio, integrando os museus de comunidade num projecto de rede museológica que contribua para o enriquecimento cultural das comunidades locais e garanta a preservação dos espólios existentes.


 



Diário de Notícias magazine 28 Dezembro 1986

 



terça-feira, 28 de outubro de 2014

1º Festival de Harmónicas na Charneca de Caparica

 1º Festival de Harmónicas na Charneca de Caparica (1)
Realizou-se no passado Domingo, dia 26 de Outubro, o 1º Festival de Harmónicas na Charneca de Caparica, organizado pela Casa do Benfica na Charneca de Caparica, e contando com o apoio da Junta das Freguesias Charneca de Caparica e Sobreda. Foi um encontro muito interessante e bem organizado, de convívio e divulgação da harmónica. Os nossos parabéns e agradecimentos, aqueles que o proporcionaram , principalmente à impulsionadora e verdadeira "mola" do evento: - a nossa boa amiga Filomena Silva. Estiveram presentes, além de diversos executantes individuais, os grupos: Grupo Harmónicas da Baía do Seixal, Orquestra Harmónicas  Ponte de Sôr, HARMONIA - Conjunto Português de Harmónicas, e o grupo anfitrião Grupo Harmónicas  Casa do Benfica. A assistir, numa sala repleta, o poeta/fotógrafo, escritor e profundo conhecedor da história local, Vicktor Reis, que numa breve intervenção, falou da harmónica não só como instrumento musical, mas também como aglutinador de culturas, vivências e convivências, a nível local. Ficamos a aguardar o próximo encontro.
Grupo Harmónicas Casa do Benfica
HARMONIA e Vicktor Reis
Grupo Harmónicas Baía do Seixal
Todos os harmonicistas em final de festa.